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O câncer infantil conta com 80% de chances de cura com diagnóstico precoce

Saúde e Bem-Estar -

Em torno de 3% das doenças pediátricas estão ligadas à oncologia. Embora muitas vezes o câncer possa atingir crianças de forma agressiva, com um diagnóstico precoce e o tratamento adequado os pequenos têm cerca de 75% de chance de cura. Com causas ainda não bem estabelecidas e sem fatores de riscos bem definidos que possam ser evitados, os pais muitas vezes são os primeiros a detectarem, mudanças na saúde dos filhos e os médicos também devem prestar atenção quando eles no relatam sinais, os quais podem indicar alguma doença oncológica.

 
 
Por que o câncer infantil é diferente

A hemato-oncologista pediatra do Grupo NotreDame Intermédica, Dra. Lucileide Aparecida Delgado, explica que a principal diferença entre o câncer adulto e infantil é a falta de fatores de risco que levaram à doença nas crianças: “Quando você trabalha com adulto, você consegue delinear alguns fatores de risco para quem é fumante; quem está exposto a algum produto que possa ser cancerígeno; ou até mesmo no envelhecimento, quando as nossas células estão perdendo a função e acabam desenvolvendo alguns tumores próprios das faixas etárias mais avançadas. Não é possível pontuar esses fatores quando se trata de crianças”.

Por este motivo, também é difícil prevenir o câncer nos pequenos. Alguns pesquisadores acreditam que a predisposição ao câncer infantil está ligada à exposição à radiação ou alimentos ingeridos durante a gravidez, mas ainda sem comprovação. Portanto, a única maneira de prevenir é o diagnóstico precoce o qual requer muita atenção.

A atenção dos pais é o primeiro diagnóstico

“Existe esse estigma de achar que a criança com câncer é uma coitadinha, emagrecida, mas a maioria não é. Existem até alguns tumores que afetam bastante a criança, mas a grande parte são crianças que estavam brincando, correndo, pulando, tendo uma vida ativa de criança normal e, de repente, não faz mais essas atividades”, conta Dra. Lucileide. Por isso, é importante que os pais estejam atentos aos pequenos: febres que não passam e não estão ligadas a nenhuma doença aguda, infecciosa, dores persistentes que atrapalham as atividades cotidianas e alguns outros sintomas que surgem com frequência podem estar ligados ao câncer.

A oncologista conta que os sintomas vão aumentando de forma progressiva e é preciso analisar a criança sempre que estiver algo estranho. “As crianças vivem chorando de dor – para eles dói tudo. Costumo brincar com as mães que dói a cabeça, dói a barriga, dói o cabelo, a pontinha do dedão. Cabe a nós e aos pais observarmos quais dores são sinais de alerta. Se eu mexo na perninha, a criança começa a sorrir, começa a brincar percebo que não há nada nela, tranquilizo a família”, conta. Segundo a especialista, fazer massagem na barriga da criança, quando a queixa é dor abdominal, é uma boa forma de analisar se ela está aumentando de tamanho, se está endurecida ou se tem alguma coisa diferente. Se tiver, é importante levá-la ao médico o quanto antes.

Principais tipos de câncer e os sinais mais frequentes

A leucemia é o tipo de câncer mais comum em crianças – nela, as células neoplásicas leucêmicas aumentam na medula óssea e, com isso, sintomas como palidez, manchas roxas na pele e maior incidência de infecções podem surgir. Isto porque é na medula óssea que são produzidas as células que vão dar origem aos glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas do sangue. A diminuição desses componentes pode causar, respectivamente, anemia, infecções e sangramentos.

Quando o tumor cresce no sistema nervoso central, a criança pode ter um aumento na pressão intracraniana e, por isso, pode ter dores de cabeça e acordar vomitando. Alguns tipos de traumas também podem indicar que tem algo errado: “não é normal uma criança quebrar o colo do fêmur, por exemplo. É algo que acontece em traumas severos. Mas se ela quebra só de virar a perninha, pode estar relacionado com alguma doença oncológica”, explica Lucileide.

Segundo a especialista, algo que gera muitas dúvidas entre os pais são os gânglios linfáticos, “carocinhos” que ficam espalhados pelo corpo. Por estarem com o sistema linfático “defesa” em desenvolvimento, as crianças podem ter os gânglios mais aumentados até os quatro ou cinco anos. Mas, é preciso ter atenção caso eles aumentem de tamanho ou fiquem endurecidos, mesmo abaixo dessa idade.

Em casos de tumores intra-abdominais, se houver compressão intestinal, a criança pode sofrer mudanças no hábito intestinal. Os tumores muito próximos a ramificações dos nervos podem causar sinais neurológicos, como dificuldade para movimentar os membros inferiores ou superiores – como pernas e braços.

Altas chances de cura apenas com um tratamento

As estatísticas mostram que as chances de cura para o câncer infantil giram em torno de 75 a 80% utilizando a quimioterapia como tratamento. Mas, para isso, é importante que haja um diagnóstico precoce e é preciso iniciar o tratamento o quanto antes. Dependendo do tipo de câncer, a cirurgia é uma parte importante do tratamento, bem como a radioterapia. “Mas, a maioria dos tumores, especialmente as leucemias, tem boas chances de cura”, conta a oncologista.

“O grande ponto é o diagnóstico precoce, já que a criança não tem os fatores de risco bem estabelecidos como adulto, e pode ter a chance de iniciar o tratamento na hora certa”. A quimioterapia, por enquanto, é o tratamento de escolha para a criança e, por mais que afete o corpo todo, ela também traz resultados muito bons. “Diferentemente do adulto, que já viu muita coisa e fica desanimado achando que vai morrer, as crianças sabem que têm a vida toda pela frente. Não são coitadinhas, são pessoas que estão passando por uma fase difícil e precisam de nós: médicos, equipe de apoio e da família para ajudá-las nesse momento delicado de suas vidas”, destaca Dra. Lucileide.

Medicamentos sem prescrição podem atrapalhar o diagnóstico e prognóstico

Quem tem criança em casa, carrega em uma maleta uma mini farmácia, com medicamentos para febre, náusea e tosse. Mas, muitas vezes, medicar os filhos sem prescrição médica pode atrapalhar o diagnóstico e o tratamento de doenças oncológicas. O ideal é levar a criança ao médico sempre que um sintoma surgir de forma inesperada e por causas desconhecidas, e que persiste ao longo dos dias ou semanas.

A especialista conta que o tipo de medicamento que mais atrapalha nesse sentido são os corticoides: “No caso de leucemia linfoides agudas, a fase do tratamento é com corticoide. Mas, não é uma dose pequena e sozinha: usamos uma dose alta associada a quimioterápicos. Quando os pais usam essa medicação, pode ocorrer uma ‘falsa remissão’. É necessária uma ação conjunta de medicamentos para que seja feito um tratamento correto e haja a cura.

 

Referências

Fonte: Grupo NotreDame Intermédica.

Responsável pelo Conteúdo:

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Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque
CRM: 40.137
Diretor Médico do Grupo NotreDame Intermédica

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