Conhecida também por encefalopatia crônica não progressiva da infância (ECNPI), pode ocorrer na gestação, durante ou após o nascimento ou na primeira infância (até 5 anos de idade). Por vezes, pode acometer o Sistema Nervoso Central (SNC) quase em sua totalidade. “As causas são diversas, desde falta de oxigenação no cérebro durante o parto, por exemplo, em consequência de encordoamento do cordão umbilical em volta do pescoço do bebê, até quedas com traumas na região da cabeça ou mesmo quedas e traumas físicos da mãe durante a gestação”, explica a fisioterapeuta Livian Fratin, do Núcleo de Terapias Integradas do Grupo NotreDame Intermédica.

A criança com paralisia cerebral não tem, necessariamente, deficiência intelectual e transtorno convulsivo, por exemplo. No entanto, é comum que ela ocorra acompanhada de alterações cognitivas e sensoriais, especialmente as visuais e as auditivas.

Livian explica que as deficiências neuromotoras decorrentes da paralisia cerebral alteram o desempenho de atividades cotidianas da criança, que não consegue realizar sozinha tarefas de autocuidado, como se alimentar, tomar banho e se levantar da cama ou da cadeira. Também apresenta limitações em atividades sociais e cognitivas, como jogar bola, andar de bicicleta com amigos, entre outros.

Com base no Sistema de Classificação de Função Motora Bruta, usado para crianças de 2 a 18 anos de idade, é possível estratificar a paralisia cerebral em cinco níveis:

• - Nível 1: caminha sem limitações, mas tem dificuldade em habilidades motoras avançadas, como a prática de esportes ou atividades físicas coordenadas.
• - Nível 2: anda com algumas limitações, pode precisar de muletas (ou outro acessório de sustentação) e, ao correr, necessita pausas frequentes.
• - Nível 3: sempre necessita de apoio para caminhar (como bengala ou muleta), mas é independente para se sentar e se levantar.
• - Nível 4: precisa de cadeira de rodas, mas pode se mover usando os braços, as pernas ou o joystick da cadeira motorizada. Requer apoio para se sentar e não consegue se levantar sozinha.
• - Nível 5: necessita da cadeira de rodas e de alguém para empurrá-la, e tem controle limitado de cabeça e tronco, precisando do auxílio de outra pessoa para realizar movimentos.

Decorrente de todas as alterações apresentadas nas crianças com paralisia cerebral, o tratamento multidisciplinar é essencial para garantir o bom desenvolvimento neuropsicomotor e o ganho de novas habilidades. Dessa forma, é importante a atuação conjunta da equipe médica (composta por neuropediatra, ortopedista e fisiatra) e da equipe terapêutica (composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e psicóloga).

A atuação e a colaboração da família também são partes fundamentais no tratamento e no desenvolvimento da criança com qualquer distúrbio neurofuncional. “É uma relação conjunta, pois as equipes terapêuticas e médicas agem orientando e direcionando o tratamento e traçando os objetivos funcionais, enquanto a família reproduz, em ambiente domiciliar e social, essas orientações e contribui para o desenvolvimento das habilidades do dia a dia. Com isso, a criança tem maior potencialização em ganhos motor e cognitivo, permitindo melhor qualidade de vida e inclusão na sociedade”, relata Livian.

O Núcleo de Terapias Integradas, do Grupo NotreDame Intermédica, atende crianças e adolescentes dos 2 aos 16 anos, com transtornos do desenvolvimento infantil – incluindo a paralisia cerebral. O Núcleo conta com equipe multidisciplinar formada por profissionais de psicologia, psiquiatria, terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia – unindo todo o tratamento em um único local, para que pacientes e familiares possam ter mais comodidade, confiança e melhora da qualidade de vida.

Disponível para quem tem plano de saúde NotreDame Intermédica, a Unidade está localizada na Avenida Índico, 684 – São Bernardo do Campo (ABC Paulista), e funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 18h. A marcação de consultas deve ser feita por meio de encaminhamento de pediatras, psiquiatras e neurologistas, ou profissionais da psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.