Intolerância à lactose: o que fazer?
Intolerância à lactose: o que fazer?
Saúde e Bem-Estar -
Intolerância à lactose é a incapacidade ou capacidade parcial de absorver o açúcar presente no leite e em seus derivados. Como consequência, ocorrem diarreias, gases e inchaços ao consumir produtos lácteos. Esta condição, também conhecida como má absorção da lactose, geralmente não apresenta riscos mais graves, mas os sintomas costumam ser desconfortáveis.
A intolerância à lactose ocorre devido à baixa produção da lactase – enzima produzida pelo intestino delgado e responsável pela absorção destes alimentos.
Os sintomas começam a surgir de meia hora a duas horas após a ingestão de produtos derivados do leite. São eles:
- Diarreia;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Inchaço;
- Gases.
Ocorre quando o intestino delgado não produz a quantidade suficiente da lactase (enzima responsável por digerir o leite) e que transforma o açúcar em glicose e galactose, que são absorvidas na corrente sanguínea através do revestimento intestinal.
Quando a pessoa tem deficiência de lactase, os componentes lácteos vão para o cólon (parte do intestino grosso) ao invés de serem processados e absorvidos. Quando estão no cólon, as bactérias normais agem junto à lactose não digerida e causam os sinais e sintomas de intolerância.
1 - Intolerância à lactose primária: a produção de lactase cai drasticamente, dificultando a digestão de lácteos na idade adulta. As pessoas passam a desenvolvê-la com o tempo, então, quando bebês e se alimentando do leite materno, beneficiam-se da alta produção da lactase. Com o passar do tempo, a troca por outros alimentos faz com que essa produção diminua, mas, ainda assim, o normal é que, mesmo produzindo menos desta enzima, possuam a quantidade suficiente para digestão adequada de laticínios de uma dieta adulta. A intolerância primária à lactose é determinada geneticamente, ocorrendo em grande proporção de pessoas com ascendência africana, asiática e hispânica. A condição também é comum entre os descendentes de mediterrâneos ou do sul da Europa.
2 - Intolerância à lactose secundária: ocorre quando o intestino delgado diminui a produção de lactase após uma lesão, cirurgia ou doença no intestino delgado (como doença celíaca, supercrescimento bacteriano e doença de Crohn). Um tratamento adequado e acompanhado pode restaurar os níveis de lactase e minimizar os sintomas, embora isso possa levar um tempo significativo.
3 - Intolerância à lactose congênita ou desenvolvimental: é o tipo mais raro do distúrbio, porque é muito mais difícil que os bebês nasçam com ausência completa de atividade da lactase. Este é um tipo causado geneticamente em um padrão de herança autossômica recessiva, que significa que a mãe e o pai devem transmitir a mesma variante do gene para que a criança seja afetada.
- Idade: geralmente se desencadeia com o passar do tempo. São raros os bebês que apresentam esta condição;
- Etnia: a intolerância à lactose é mais comum em pessoas de ascendência africana, asiática, hispânica e americana;
- Parto prematuro: crianças nascidas prematuramente podem ter a produção de lactase afetada, porque o intestino delgado pode não ter desenvolvido as células responsáveis por sua produção;
- Doenças que afetam o intestino delgado: podem causar o supercrescimento bacteriano, como as doenças celíaca e de Crohn;
- Tratamentos para o câncer: a radioterapia no abdômen ou os problemas intestinais provenientes da quimio aumentam as chances de desenvolver a intolerância à lactose.
É realizado a partir da manifestação dos sintomas no paciente. É possível que o médico solicite uma redução de consumo dos produtos lácteos e, se os sintomas forem amenizados nessa nova dieta, as chances de se caracterizar intolerância à lactose são altas.
Para confirmar a investigação, o especialista poderá solicitar os seguintes exames:
- Teste de intolerância à lactose: mede a reação do corpo a um líquido que contém altos níveis de lactose. Duas horas depois de ingerir o líquido, realiza-se exames de sangue para medir a quantidade de glicose presente na corrente sanguínea. Se o nível não aumentar, significa que o corpo não está absorvendo adequadamente produtos lácteos.
- Teste de respiração de hidrogênio: requer a ingestão de um líquido que contenha altos níveis de lactose. Será medida a quantidade de hidrogênio na respiração em intervalos regulares. Normalmente, muito pouco hidrogênio é facilmente detectado, mas se o corpo não digerir a lactose, ela se fermentará no cólon, liberando hidrogênio e outros gases.
- Teste de acidez das fezes: é uma alternativa para bebês e crianças que não podem passar por outros testes. A fermentação da lactose não digerida cria ácido lático e outros ácidos que podem ser detectados em uma amostra de fezes.
Não se pode afirmar que existe um tratamento que resulte na cura da intolerância à lactose, mas pode-se conviver de maneira saudável com este distúrbio e minimizar os sintomas. Para isso, é preciso alguns cuidados, como:
- Evitar grandes porções de leite e derivados;
- Incluir pequenas porções destes produtos nas refeições regulares;
- Comer chocolate e tomar sorvete com baixo teor de leite.
Fonte: Mayo Clinic e Minuto Saudável
Responsável pelo Conteúdo:
Dr. Rodolfo Pires de Albuquerque
CRM: 40.137
Diretor Médico do Grupo NotreDame Intermédica